quinta-feira, 30 de abril de 2009

Outros lugares de Carris (XCV)

Carris, 26 de Abril de 2009

Perto do Modorno, espreitando por onde os olhos há muito não olham...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

terça-feira, 28 de abril de 2009

Haveria necessidade?

Carris, 26 de Abril de 2009

Esta deve ser daquelas entradas no blogue onde uma imagem vale mais do que todas as palavras que aqui possa escrever. Pergunto apenas: haveria necessidade ou são estas as novas mariolas no Gerês?

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Notas Históricas (LXXXI)

Carris, 28 de Abril de 1989

Nesta data a Sociedade das Minas do Gerês Lda. envia duas cartas ao Secretário de Estado da Energia nas quais solicita o abandono irrevogável das concessões do Salto do Lobo e do Castanheiro, pondo assim fim a 48 anos de exploração mineira naquela zona da Serra do Gerês.

A 23 de Abril de 1959 data é levado a cabo um contrato de empréstimo entre o Banco de Fomento Nacional e a Sociedade das Minas do Gerês Lda. no valor de 1.094.164$90.

A 25 de Abril de 1945 é enviada uma carta para a Sociedade Mineira dos Castelos Lda. a informar que deveria ser enviada uma nova proposta de Director Técnico e respectivo termo de responsabilidade devido à desistência do Eng. Ramiro Sobral como Director Técnico da mina do Salto do Lobo. Juntamente com os documentos deveriam ser enviados 10$00 para o pagamento de emolumentos de entrada dos mesmos.

A 27 de Abril de 1945 é enviada a proposta para um novo Director Técnico em nome do Eng. de Minas, Francisco da Silva Pinto. É também enviado nesta data o termo de responsabilidade. A informação e parecer sobre esta proposta seriam dados a 8 de Junho e 13 de Agosto de 1945, com o despacho ministerial de aprovação a ser emitido a 22 de Agosto de 1945.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um anjo a caminho dos Carris...

Carris, 26 de Abril de 2009

...a caminho dos Carris, perto do Cabeço do Modorno, a Natureza presenteou-nos com a visão de um anjo branco.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

domingo, 26 de abril de 2009

135... Trilho dos Contrabandistas (Tentativa Primeira)

Carris, 26 de Abril de 2009

A caminhada que levei a cabo neste dia sempre na companhia do Zé Moreira (http://www.bordejar.com/), tinha por objectivo tentar percorrer aquilo a que eu chamei de 'Trilho dos Contrabandistas' devido a várias referências sobre a utilização desse mesmo trilho por contrabandistas que utilizavam a Serra do Gerês para essa actividade. Quem sobe o Vale do Alto Homem em direcção às Minas dos Carris, tem a oportunidade de observar em certos locais o contraste na coloração da vegetação que indica a presença do trilho. De antigas fotografias e referências verbais de várias pessoas, existiu de facto um trilho que percorria a margem direita do Rio Homem entre a Água da Pala e possivelmente os Carris.

Na figura seguinte retirada da Folha 31 da Carta Militar de Portugal com trabalhos de campo de 1949, pode-se constatar a existência de um trilho de pé posto entre aproximadamente a Água da Pala e o Modorno. De facto, o trilho indicado termina no Modorno.


No terreno existem vários indícios da sua continuação pelo vale para lá do Modorno. Os mais atentos já terão notado a presença de um abrigo em pedra solta muito próximo das Águas Chocas numa zona íngreme. Este abrigo só terá explicação pela passagem por aquele lugar de um caminho em direcção aos picos serranos. Outras explicações serão possíveis, no entanto esta parece-me óbvia tendo em conta que o estradão para os Carris só foi aberto em 1943 e o abrigo encontra-se na margem oposta.

Assim, foi com uma certa determinação que preparamos esta pequena mas interessante expedição para tentar desvendar a verdadeira localização deste trilho e assim conseguir marcar toda a sua extensão em GPS. Chegados perto da Água da Pala descemos a margem esquerda do Rio Homem e facilmente transpusemos as suas águas para a margem oposta. Antes de atravessar tive o cuidado de seleccionar um ou dois pontos de referência com os quais conseguiria fazer uma triangulação e colocar-me perto do trilho. Porém, mal chegamos à outra margem facilmente constatamos que a tarefa seria árdua devido à intensa vegetação que impedia uma progressão mais rápida.

Após alguns minutos e depois de subir a uma cota mais superior do que seria desejado, aproximei-me novamente do rio com as indicações do Zé Moreira e acabei por encontrar sinais do trilho. Através de um GPS no qual estava já previamente referenciado o trilho tendo por base a folha 31, conseguimos percorrer alguns metros do trilho sempre por entre densa vegetação até concluir-mos que não era possível progredir mais devido a este facto. Assim, decidimos adiar a exploração para outra data e regressar à margem esquerda do Rio Homem e ao estradão e empreender mais uma subida às Minas dos Carris aproveitando assim o resto do dia.

Chegados às proximidades da Corga da Carvoeirinha e à Corga do Salto do Lobo, decidimos abandonar o estradão e seguir pelo Salto do Lobo. Ficou na ideia uma descida futura ao Salto do Lobo (um projecto já pensado desde Abril de 2008 durante a Iª Arqueoexpedição às Minas dos Carris) numa altura do ano na qual o caudal de água que por ali corre seja menos intenso. Após apreciar a imensa paisagem da Lamalonga e de ver os antigos vestígios das primeiras explorações mineiras no local, seguimos em direcção às Minas dos Carris passando não muito longe da lavaria no topo da Corga de Lamalonga e junto à entrada para a mina da concessão do Salto do Lobo.

Almoçamos junto da antiga casa do pessoal superior da mina e assistimos à chegada de um interessante grupo guiado pela Dorita (http://www.almademontanhista.blogspot.com/). O regresso à Portela do Homem fez-se pelo estradão. A distância total percorrida foi de 16,7 km.

Ficam as fotografias...

Fotografias: © Rui C. Barbosa

sábado, 25 de abril de 2009

Carris no Google Earth

Carris, 2009

Uma das mais recentes actualizações de fotografias por satélite do Google Earth permite ver numa resolução considerável os edifícios das Minas dos Carris e navegar em 3D pela aquela zona da Serra do Gerês, tal como me foi alertado pelo leitor Agostinho Costa. Vale a pena viajar por lá e ver também algumas das fotografias disponíveis apesar de muitas estarem mal localizadas.

Aparentemente as fotografias foram obtidas a 3 de Agosto de 2003 o que explica o nível baixo da represa dos Carris.

Fotografias: © Google Earth

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Uma descida às profundezas

Carris, Setembro de 1989

Parados na boca da mina, sentíamos aquele arrepio e um medo natural por algo que desconhecíamos. Ao fundo, talvez lá ao longe, só víamos a negra escuridão da longa ausência da luz... Momentos mais tarde, já nas suas entranhas, a escuridão parecia colada às suas paredes de rocha nua pois para lá dos limites da fraca luz projectada pelas lanternas estava um mundo que os nossos olhos não conseguiam perscrutar...

Permanecíamos na sua entrada. Na altura ainda se falava de um guarda da mina e a sua aparição causava-nos um certo receio... Porém, voltando os olhos para o seu interior vencemos o medo e decidimos entrar... O mês de Setembro, marcando o final de um fantástico Verão, antecipava a chegada do Outono com um dia cinzento e estranhamente chuvoso. Não estava muito frio, mas as nossas ideias mudaram quando pusemos os pés descalços naquela água eternamente gélida. Por momentos a dor provocada pela água fria era quase insuportável, mas a vontade de desbravar o desconhecido foi maior e aos poucos avançávamos no seu interior à luz de lanternas roufenhas e de pilhas quase gastas. A meio caminho o descanso em cima de uma pedra. Tirar os pés descalços da água gélida era como estar junto de um aquecedor. Continuamos a entrada na mina. Lembro-me de sermos quatro pessoas, quatro pessoas com a sublime vontade de explorar, conhecer, abrir as portas daquilo que nos parecia um mundo desconhecido...

Exploramos o que podíamos com uma vontade de lá ficar o tempo que quiséssemos... o muro de pedra que selava a passagem para outras galerias, o muro de cimento que tapava uma grande torrente de água, o bordo do poço da mina, a luz reflectida na água lá no fundo, os cabos do elevador, o quadro do elevador tombado no chão... fazíamos comentários sobre como que teria sido trabalhar ali dentro...

Num momento descobrimos um alçapão de madeira... foi como abrir a porta para outra dimensão, uma que só tinha naquele momento um sentido... para baixo. E foi assim, que dois de nós, descalços, decidiram descer... descer para a escuridão, para o desconhecido da velha mina. Outros dois ficamos em cima... lentamente as vozes dos que desciam iam ficando mais ténues, a fraca luz da lanterna que levavam foi vencida pela trevas das profundezas onde caminhavam. Passaram longos minutos até uma altura em que a preocupação começou a tomar conta de quem havia ficado lá em cima. Porém, surgiu o alívio de vermos ao fundo da mina quando esperávamos já na sua saída, a fraca luz de uma lanterna moribunda.

Contaram-nos histórias de longas galerias, largas câmaras, derrocadas, materiais abandonados... haviam descido vários níveis até verem o cabo do elevador mergulhar para sempre nas águas escuras que inundam os últimos níveis da mina. Sobre os seus pés sentiam a madeira podre a entrar por entre os seus dedos sempre com o receio de que um prego lhes trespassasse a carne fria. Desceram até terem a sensação de que respirar já era algo que lhes custava... Dificilmente encontravam palavras para descrever a escuridão naquele lugar...

Penso que até estes dias terão sido as duas últimas pessoas a descer às galerias do Salto do Lobo... a mina continua lá, mais perigosa do que nunca e talvez à espera de que algo aconteça...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

quinta-feira, 23 de abril de 2009

...murmúrios em palavras que passam.

Carris, 26 de Abril de 2008

Sombras que tombam silenciosas num sonho de montanhas e vales...
...sozinho numa montanha que escalo sem fim...
Vejo o teu sorriso nas nuvens que passam, velozes...
...momentos há muito idos, mas tu ficaste.

Abro os meus braços aos céus, deixo as lágrimas cair na rocha fria...
Escondemo-mos atrás de uma mortalha...
...os Invernos que passam, a melancolia e a tristeza que ficam...
...uma fé cruel que nos separa em dois mundos longínquos...

Fecho os olhos e imagino-te no final do caminho...
O vento arrasta as memórias de um beijo e a saudade do teu toque...
...anseio largos horizontes, procuro conselhos na montanha.
Lentamente correm as cinzas do tempo... o que somos nós?

Não quero acordar do sonho.
Não quero viver o presente, recordar a alegria em tempos de mágoa...
...escuto a música dos Carris, uma ode ao silêncio...
...escuto o teu murmúrio nas palavras que passam...

Fotografia: © José Afonso Duarte

Outros lugares de Carris (XCIV)

Carris, 27 de Abril de 2008

Há já 20 anos entrei pela primeira vez na mina do 'Salto do Lobo', uma das concessões que fazem parte das Minas dos Carris. Lembro-me da altura da emoção da aventura que nos metíamos. No exterior um dia frio de Setembro com muitas nuvens e uma chuva miudinha que tudo molhava. A perspectiva de entrar num lugar abandonado há muitos anos fazia o coração bater mais depressa e sentir aquele arrepio na espinha com as pernas prontas a correr caso algo corresse mal.

Inconscientemente descalços, percorremos todas as galerias nas quais se podia caminhar. Uma água gélida que nos fazia doer os ossos era a marca dominante de então (e ainda o é). Numa das galerias, no qual hoje dificilmente se consegue caminhar, vimos um muro de cimento com quase dois metros de altura. Com a curiosidade super aguçada decidimos espreitar por cima do muro e ver o que nos esperava do outro lado. A surpresa foi avassaladora e ao mesmo tempo assustadora com a hipótese de aquele velho muro poder ceder. É que ao seu nível superior vimos distintamente a superfície de um lago interior com uma das água mais cristalinas e límpidas que vi até hoje. O fundo era perfeitamente visível e por entre o bafo frio da respiração saiam comentários acerca do que se nos deparava.

Nunca mais regressei a este recanto da mina. Algumas derrocadas fizeram com que a passagem pela galeria seja um pouco mais arriscada do que no resto da mina...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Notas Históricas (LXXX)

Carris, 22 de Abril de 1968

Com a actividade mineira parada há já vários anos devido aos problemas derivados do baixo preço do volfrâmio nos mercados internacionais, uma das sócias da Sociedade das Minas do Gerês Lda, a empresa britânica Mason & Barry Ltd, é declarada falida pela Câmara de Falências de Lisboa.

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa / Rui C. Barbosa

terça-feira, 21 de abril de 2009

Carris, anos 70

Carris, 1970 / 1971

Estas imagens mostram os trabalhos levados a cabo nas Minas dos Carris no início da década de 70 do Século XX para preparar o complexo mineiro para uma nova fase de exploração. De acordo com as fontes os trabalhos ter-se-ão prolongado até Agosto de 1971 e consistiram na limpeza das galerias da mina do Salto do Lobo (aparentemente entulhada com troncos de madeira nos seus níveis mais inferiores) e no melhoramento das instalações de apoio mineiro (nomeadamente o melhoramento da camarata, apetrechando-a com casas de banho no seu interior). De recordar que nesta altura as instalações das Minas dos Carris estavam abandonadas há mais de 10 anos.

Os trabalhos mineiros foram iniciados pouco depois sem bem que acabaram por ser interrompidos meses mais tarde. Na altura previa-se o desenvolvimento de um grande complexo mineiro na Serra do Gerês com a abertura de uma estrada que ligaria as Minas dos Carris, Minas do Borrageiro e a Arrocela, tirando partido de uma possível exploração na Cidadelha. Nesta altura terão sido também levadas a cabo sondagens na Corga da Carvoeirinha.

São imagens com um relevante valor histórico para o conhecimento das Minas dos Carris.

Fotografias: © António Ribeiro / Rui C. Barbosa

segunda-feira, 20 de abril de 2009

...a noite que desperta.

Carris, 28 de Fevereiro de 2006

Alimento-me de sonhos e pesadelos ao por do Sol...
...aguardo a chegada da noite, da escuridão para ver o brilho dos teus olhos...
...procuro no céu a Lua e no seu luar os sinais de um erótico pentagrama...
...escuto ao longe o leve uivar.

No leve luar vejo o esvoaçar do corvo...
Corpos que descansam da longa caminhada por entre os altos picos da montanha...
...no chão frio deixo-me cair, sorvendo as memórias do teu beijo...
...esgueiro-me por entre as sombras que dançam nas velhas ruínas, memórias destroçadas pelo tempo...

Asas negras batem no céu púrpura ao por do Sol...
Escondido por entre os guardiões de granito vejo o teu leve chorar...
...uma lágrima que alimenta o rio de um tormento sem fim...
Sozinho, sedento me escondo na escuridão do teu sonho, procuro os portões das cidades pagãs...

...danças nua à luz da fogueira... silhueta projectada na Saudade...
Tulipas adornam-te os pés, rosas sangram-te a alma...
Esperamos a eternidade que se torna curta tendo-te no olhar...
...o cheiro da tua pele que o vento me rouba...
...anseio as tardes do longínquo Outono, desejo as noites do frio Inverno.

As sombras que crescem com o descer do Sol...
...a majestade da noite que desperta...
...o silêncio que nos conforta... o olhar que nos trespassa...
...o sabor do sangue que faz viver, uma sede...
Carregamos o fardo do tempo...
...desejamos que a areia do tempo não caia tão depressa...
...o desejo... mortal como um veneno que nos corre nas veias...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Notas Históricas (LXXIX)

Carris, 20 de Abril de 1943

A 20 de Abril de 1943 era enviado pela Sociedade Mineira dos Castelos Lda. um requerimento no qual solicitava a autorização para a reparação e melhoramento do caminho existente no Vale do Alto Homem. Estes trabalhos iriam assim melhorar os acessos desde a Portela de Leonte até aos Carris.

Fotografia: © José Rodrigues de Sousa / Rui C. Barbosa

domingo, 19 de abril de 2009

Sob escuta...

Carris, 24 de Abril de 1974

Passaram quase 35 anos desde o dia 25 de Abril de 1974, porém continuam a existir no nosso Portugal (ou será que deverei antes dizer que começam a ressurgir?) velhos tiques pidescos e repressivos que ainda caracterizaram o dia 24 de Abril de 1974... Sou sincero, não faço a mínima ideia de como terá sido o dia 25 de Abril de 1974 nas Minas dos Carris. Provavelmente terá sido um dia como os anteriores e as notícias da longínqua Lisboa certamente que deverão ter demorado algum tempo a chegar ao topo da Serra do Gerês. Sei no entanto, que aquelas minas terão sido ponto de fuga de muitas pessoas associadas ao velho regime... esta talvez seja outra história para daqui a alguns dias.

Como me apetece escrever hoje um pouco, e ainda em consequência de uma conversa que foi surgindo à medida que nos aproximávamos das Minas do Borrageiro durante a última actividade promovida por este blogue, vou escrevinhar aqui qualquer coisa sobre estes velhos / novos tiques.

Para muita gente, é sabido que existem vários blogues 'sobre vigilância constante' por parte de uma entidade da qual não esperávamos este tipo de tiques. Estes blogues, direccionados para a prática do montanhismo / pedestrianismo / arqueologia industrial amadora, organizam por vezes algumas actividades nas quais pequenos grupos de pessoas se juntam para poderem desfrutar um pouco daquilo que o nosso país de melhor tem para dar: as suas paisagens, os seus lugares e algumas das suas gentes (sim, algumas porque existe muita gente que não interessa para ninguém...). Estes grupos de pessoas organizam-se e preparam estas actividades sem terem qualquer objectivo financeiro e lucrativo. Juntam-se porque simplesmente querem tirar o máximo prazer do convívio com outras pessoas com as quais partilham ideais e objectivos.

Sabemos que a sociedade portuguesa não é uma sociedade educada para a protecção da Natureza e do ambiente. Se assim fosse não se permitiria a vergonha nacional das touradas, não teríamos incêndios quando a temperatura sobe, teríamos zonas protegidas bem cuidadas por quem as visita e por quem é pago com o dinheiro de todos nós para as gerir e proteger. Assim, não deveremos esperar tão cedo que uma sociedade que abandona todos os dias os animais, que suja tudo quanto é espaço e que pratica os mais vis actos de vandalismo sobre o seu próprio património, seja capaz de um momento para o outro ter uma consciência ambiental que quem a deve ensinar tem preguiça de o fazer (ou então não sabe mesmo como o fazer... o que será muito pior).

Não consigo imaginar que exista alguém que recebeu ordens superiores para vigiar blogues. Não consigo imaginar alguém que envie missivas a autores de blogues como que num acto de intimidação própria de um regime mal enterrado. Já fui 'vítima' há alguns meses de tal coisa e o que aconteceu só me deu mais força para poder «lutar» contra esta situação.

Actos de intimidação deste tipo não têm / podem ter lugar! Deve-se adoptar uma atitude de plena colaboração e não de fechar as portas a uma comunicação com quem pode ajudar a vigiar um parque nacional que de nome já não tem quase nada e que em breve tempo não passará de uma recordação de velhos panfletos e mapas. Quem adopta uma atitude autista de se isolar e pensar que tem sempre razão, acabará proscrito pela História que se escreve a cada dia que passa.

Se não são capazes de gerir como o devem fazer aliando a protecção dos valores ambientais e naturais do parque nacional com o direito que usufruto desse espaço por todos nós, então mais vale dar o lugar a quem o saiba fazer, o país agradece... eu agradeço e todos nós agradecemos. Ainda estão a tempo de poderem tirar partido de uma força que pode ajudar a preservar o Parque Nacional da Peneda-Gerês colaborando com vocês todas as semanas. Como? Basta fazerem uma coisa que não têm feito até aqui... pensarem.

Fotografia: © Rui C. Barbosa

Nas terras altas de Xertelo (II)

Minas do Borrageiro, 18 de Abril de 2009

Uma segunda série de imagens da recente actividade 'Viagem às Terras Altas de Xertelo'...




































































Fotografias: © Rui C. Barbosa