terça-feira, 5 de outubro de 2010

Perdidos... de novo... (V)

São vários os jornais que hoje noticiaram o resgate e a aventura vivida por oito pessoas na Serra do Gerês no passado fim-de-semana. Algumas notícias revelaram dados que se mantinham deconhecidos até hoje.

Sabemos agora que o telefonema inicial de pedido de resgate foi recebido pelo número de emergência espanhol e que depois a Protecção Civil portuguêsa foi alertada para a situação. A situação inicial de emergência foi declarada quando as oito pessoas estavam perto das Minas dos Carris. Sendo que estas oito pessoas foram referidas como bastante experientes em montanhismo e estando equipadas com GPS e aparentemente uma parte de uma carta topográfica, fica a questão do porquê de não utilizarem o estradão para a Portela do Homem para sairem da situação em que se encontravam?

O Jornal de Notícias refere que "...nas profundezas da Serra do Gerês, as operadoras espanholas são as únicas que têm rede" o que não corresponde à verdade. A maior parte do território da Serra do Gerês é servida por uma ou duas operadoras nacionais, exceptuando os vales mais profundos onde não entra qualquer operadora quer seja portuguesa quer seja espanhola. De facto, nos pontos mais elevados da serra é mesmo possível ter acesso a todas as operadoras nacionais e espanholas...

É também referido que se procederam a 12 horas de buscas. Ainda segundo o Jornal de Notícias: "...durante mais de 12 horas, cerca de 20 bombeiros das corporações de Salto, em Montalegre, Terras do Bouro, Vieira do Minho e Espanha tentaram, a pé e com viaturas todo o terreno encontrar os turistas". Terão sido mesmo 12 horas? Segundo me foi possível apurar o primeiro alerta foi dado no Sábado e não no Domingo como foi referido à comunicação social pela Protecção Civil, o que não deixa de ser estranho pois coloca-se a questão do porquê do resgate só ter tido lugar na manhã de Segunda-feira?

O Jornal de Notícas refere: "Ontem, com a melhoria do tempo, foi possível estabelecer as coordenadas do lugar onde as oito pessoas se encontravam e o helicóptero pode transportar os caminheiros para o quartel dos bombeiros de Salto." Porque razão só se consegue estabelecer as coordenadas da localização das oito pessoas com a melhoria das condições atmosféricas? Porque razão não se enviam equipas de socorro apeadas através do Vale do Alto Homem até às Minas dos Carris e daqui até ao local onde se encontram os desaparecidos? No mínimo estranho!

Segundo o Jornal de Notícias apurou, o grupo "... estaria acampado num espaço fora do parque nacional." A ser verdade isto implicaria que o grupo teria acampado no Parque Natural de Baixa Límia-Serra do Xurés onde o campismo não é permitido fora dos locais autorizados tal como acontece na Peneda-Gerês. Mas se o grupo estava acampado, então porque razão existem relatos de que se teria abrigado para passar a noite sobre penedos? Por outro lado, se as oito pessoas informaram as autoridades nacionais da sua localização geográfica e se esta corresponde ao local onde passaram a noite, terá o Kamov entrado em Espanha para resgatar as oito pessoas? O Jornal de Notícias refere também que "No Domingo foram de carro até Pitões das Júnias com o objectivo de chegar aos Carris." É sabido que o grupo estava alojado em Tourém numa casa de turismo rural, tal como foi noticiado pela comunicação social. Se no Domingo foram até Pitões das Júnias com o objectivo de chegarem aos Carris, então onde acamparam? Certamente que a caminhada de ida e volta de Pitões das Júnias até aos Carris levaria o dia completo e o mesmo aconteceria se a jornada se prolongasse até à Portela do Homem onde certamente alguém teria de esperar o grupo para os transportar de volta a Tourém; o objectivo era ir aos Carris e voltar, ou ir aos Carris e passar lá a noite? Só assim se explica a utilização de tendas e sacos-cama para «acampar». De facto, a ideia do grupo era a de "...permoitar pelo caminho", tal como refere o Jornal de Notícias, mas não se entende como "...terão passado a noite abrigados em penedos (...), cobrindo-se com o que tinham." Vai-se para a serra com a ideia de pernoitar pelo caminho mas não se leva equipamento para tal?


Será que as condições meteorológicas em Pitões das Júnias eram diferentes do resto do Norte do país? Pois, só assim se explica a tomada de decisão em prosseguir com a caminhada em tempo de borrasca.

Gostaria ainda de transcrever o que foi referido ao Jornal PÚBLICO por Sílvio Magalhães, Comandante da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Salto: "Soubemos sempre onde estavam e mantivemos contacto frequente. Estivemos bem perto dessas pessoas, mas foi impossível alcançar o local onde estavam devido à invernia que se fazia sentir."

Mais uma vez parece-me esta ser uma história da qual não sabemos todos os contornos. Mais uma vez me parece que a falta de coordenação e prevenção são uma tónica dominante nestas situações onde se decide por um tipo de socorro que talvez não seja o mais indicado para a situação em questão. As contradições são muitas e a ausência de informação não ajudará certamente na compreensão do que realmente se passou em mais esta situação de emergência no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Uma nota rápida sobre o que nos diz o Correio da Manhã ("Estiveram dois dias isolados na serra"). Segundo este periódico um dos elementos do grupo refere que: "Conhecemos bem esta zona, só que o temporal de sábado à noite deixou-nos um bocado desorientados, mas o grupo conseguiu manter-se calmo." Só um pouco desorientados? Se foi só um pouco desorientados havia necessidade de chamar por socorro? Continuo a dizer que existem muitos detalhes que não batem certo. Entretanto, o Correio da Manhã confirma que o grupo esteve dois dias isolado na Serra do Gerês...

Fotografia: © Rui C. Barbosa

35 comentários:

agostinho costa disse...

Olá, Rui

O que me parece é que, com toda esta barafunda, quem vai levar com a fava são aqueles que respeitam a montanha, que vão para a mesma com conhecimento do terrenos e das condições meteorológicas, factores essenciais no planeamento do montanhismo. O falatório barato do sr. comandante dos bombeiros de Salto só servirá para atrair os fiscais à zona de acesso aos carris, e com isso, surgirem mais punições para os verdadeiros montanhistas, aqueles que são na verdade os guardiões do templo chamado Gerês.
Estes "maçaricos" ditos experientes e equipados com GPS não souberam sequer fornecer a sua localização aos bombeiros. Não souberam descer pelo sítio mais fácil. Não souberam que em situações de tempo adverso é pouco sensato subir à montanha. Enfim, é à custa de tipos como estes que se vai tirando valor aos que andam na montanha com respeito pela natureza. Nada que me possa espantar neste país. É como o sr. comandante disse. Muitos mais casos como este irão acontecer para os lados de Carris.
Porra! Oficialize-se de vez aquele percurso, transformando-o num trilho de elevada extensão e dificuldade. Melhore-se o estradão, sinalize-se as etapas, requalifique-se a zona das minas, selando as entradas dos poços e zonas de potencial abatimento dos solos. Crie-se aí locais de deposito de lixo, para os tontinhos que não o conseguem levar para casa. Faça-se tudo, mas não proíbam os montanhistas de usufruirem de um dos locais mais belos do Parque.

Um abraço para ti, Rui

Agostinho Costa
VNF

DuK disse...

Na primeira pessoa, algumas respostas...

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/estiveram-dois-dias-isolados-na-serra

Rui C. Barbosa disse...

O artigo do Correio da Manhã é interessante, voltarei a este artigo mais logo...

DuK disse...

Relativamente aos "perdidos", nada de estraordinario a não ser a sua pouca aptidão para ler boletins metereologicos.

Sairam de Pitões no sabado com intenção de fazer a travessia e pernoitar durante a noite, com o aumentar do vento acharam melhor desmontar as tendas e abrigarem-se com os respectivos panos num local mais abrigado. Como o tempo não melhorou no domingo, entraram em contacto com o 112 as 10h da manha e foram resgatados na segunda as 10h.

A unica coisa estranha aqui é perceber (mais uma vez) por que é que estas ações de resgate são estupidamente complicadas e porque que se leva 24 horas a resgatar alguem que:

1- Esta num ponto da serra acessivel (se escolhe-se um sitio no Geres para me perder, era com certeza ali, no unico sitio em que não é possivel sair do trilho até ao objectivo ou regresso)
2- Esta em perfeito estado de saude e como tal não tem problemas de locomoção
3- Sabe onde está (zona) e tem telemovel e GPS

Entretanto o que se pergunta é por que é que ninguem subiu no domingo para os trazer para baixo nesse mesmo dia? Era fim de semana? Os guardas do PN estavam na missa?
Para quê bombeiros e helicopteros e protecção civil? Se estava tão mau tempo como é que o helicoptero foi lá cima, sabendo-se ser essa uma das zonas mais ventosas do PN?

Será mais um show off dissuador?

É o que parece... mais do que tudo!

Entretanto, isto é uma situação relativamente comum na montanha, mesmo com as devidas cautelas e preparação, o tempo é sempre imprevisivel e pode acontecer a qualquer um.

PS: Fantastico foi os 4 bombeiros e os 2 guardas do PN terem ficado 5 horas à espera do helicoptero para os trazer de volta... subiram a pé, mas a descer tinha de ser de helicoptero porque o senhores estavam molhados... enfim...

joca disse...

Viva Rui,

Parece-me que muito do que foi dito à 2 anos continua válido.

Eu não conhecia a "entrevista" ao Correio da Manhã e, mesmo descontando algumas coisas que tenham sido omitidas, tudo fica mais claro.

A verdade é que não há no PNPG um plano de emergência para resgate. A improvisação e falta de meios é por demais evidente. Também não me parece que esse regaste deva ser da competência dos bombeiros. Devia ser do PNPG a fazer esse resgate. Os bombeiros, mais quando são voluntários, não deviam aceitar esconder as falhas do PNPG. Não digo que não actuassem, mas deviam denunciar a forma como são chamados a intervir.

Por honestidade intelectual devo reconhecer que não conheço muito de competências da protecção civil, mas, neste caso e considerando as competências administrativas do PNPG na gestão da sua área, parece-me que só por absurdo deva ser da responsabilidade das autarquias locais.

As questões que o Duk salienta são muito pertinentes e colocam perguntas que temos dificuldades em responder. Eu deixo mais algumas:

Porque razão é que chamaram um Heli se estavam na zona dos Carris em menos de uma hora estavam no estradão das Sombras e poderiam ter viaturas para os resgatarem. Não queriam ir para Espanha? Quanto tempo é que um de nós demorava a chegar às Lagoas do Marinho?

Ficar 5 horas na Serra à espera que os fulanos do gabinete se entendessem quanto ao que fazer é que me parece demasiado. Só que esta espera é umas das maiores evidências da falta de planeamento.

Este caso demonstra também que ainda não temos uma cultura de desportos de montanha muito consolidada. Em muitos casos somo uns inconscientes bem equipados que confundem equipamento com experiência. Uns aventureiros que abusam do “vai correr bem” para assumir riscos desnecessários. Continuamos a confundir o risco com o perigo. Não percebendo que ainda que existam sempre perigo, o risco já é uma correcção do perigo por uma realidade estatística. Pelo que não há muito mal que existam perigos, o mal é que exista risco numa probabilidade superior. Nas datas desta “expedição” o risco era por demais evidente e este grupo devia ter percebido que não poderia realizar a actividade que tinham planeado fazer. Por muito que custasse a quem se tinha deslocado de longe, deviam ter percebido que primeiro estavam as suas condições de segurança.

joca disse...

Viva Rui,

Parece-me que muito do que foi dito à 2 anos continua válido.

Eu não conhecia a "entrevista" ao Correio da Manhã e, mesmo descontando algumas coisas que tenham sido omitidas, tudo fica mais claro.

A verdade é que não há no PNPG um plano de emergência para resgate. A improvisação e falta de meios é por demais evidente. Também não me parece que esse regaste deva ser da competência dos bombeiros. Devia ser do PNPG a fazer esse resgate. Os bombeiros, mais quando são voluntários, não deviam aceitar esconder as falhas do PNPG. Não digo que não actuassem, mas deviam denunciar a forma como são chamados a intervir.

Por honestidade intelectual devo reconhecer que não conheço muito de competências da protecção civil, mas, neste caso e considerando as competências administrativas do PNPG na gestão da sua área, parece-me que só por absurdo deva ser da responsabilidade das autarquias locais.

As questões que o Duk salienta são muito pertinentes e colocam perguntas que temos dificuldades em responder. Eu deixo mais algumas:

Porque razão é que chamaram um Heli se estavam na zona dos Carris em menos de uma hora estavam no estradão das Sombras e poderiam ter viaturas para os resgatarem. Não queriam ir para Espanha? Quanto tempo é que um de nós demorava a chegar às Lagoas do Marinho?

Ficar 5 horas na Serra à espera que os fulanos do gabinete se entendessem quanto ao que fazer é que me parece demasiado. Só que esta espera é umas das maiores evidências da falta de planeamento.

Este caso demonstra também que ainda não temos uma cultura de desportos de montanha muito consolidada. Em muitos casos somo uns inconscientes bem equipados que confundem equipamento com experiência. Uns aventureiros que abusam do “vai correr bem” para assumir riscos desnecessários. Continuamos a confundir o risco com o perigo. Não percebendo que ainda que existam sempre perigo, o risco já é uma correcção do perigo por uma realidade estatística. Pelo que não há muito mal que existam perigos, o mal é que exista risco numa probabilidade superior. Nas datas desta “expedição” o risco era por demais evidente e este grupo devia ter percebido que não poderia realizar a actividade que tinham planeado fazer. Por muito que custasse a quem se tinha deslocado de longe, deviam ter percebido que primeiro estavam as suas condições de segurança.

Alice Lobo disse...

Vocês fazem um "filme" porque algumas pessoas se perderam no parque, quantas pessoas se perdem seja no PNPG ou outros e nao são "fustigados" pela comunicação social e outros.ou porque os bombeiros nao tinham direito a ser levados atravês do heli etc etc. eu acho é que voces nao tiveram a noção da tempestade que ocorreu nesse dia.
Duk e Rui espero, sinceramente que nunca precisem de ajuda...
"quem anda a chuva molha-se"

Abraço

DuK disse...

Alice,

Eu se precisar de ajuda, peço, como qualquer um de nós o deve fazer seja em que situação fôr, ou não sejam os nossos impostos para esse tipo de coisas tambem.

Da minha parte, acho normal o que aconteceu, quem caminha em montanha sabe perfeitamente que o sol que se faz agora pode ser substituido por um temporal num curto espaço de tempo.

O que é vergonhoso, é que um PNPG não tenha estas situações previstas conforme diz e bem o Jorge Louro. Desta vez foram caminhantes, da proxima pode ser um pastor à procura do gado ou um apicultor que foi verificar se estava tudo bem com as colmeias...

Agora temos de analisar as coisas onde e quando elas ocorrem.

8 pessoas perdem-se e pedem ajuda as 10h de domingo depois de passarem uma noite abrigadas e só na 2ª feira parte uma equipa de 6 homens para os localizar. Após os terem localizado, da-me uma justificação para não terem vindo todos para baixo atraves do estradão dos Carris? Não me digas pf que estava muito mau tempo porque se assim fosse não havia ca helicopteros para andar a sarandar pela serra...

Relativamente aos bombeiros + os 2 guardas do PN que estiveram 5 horas (repara bem, 5 horas) à espera de "boleia" eu pergunto?

Se são capazes de enfrentar a intemperie para subir durante 4 horas o estradão e localizar os individuos, porque que não podem descer para vir embora
(arredada a questão da intemperie apocalitica, pela tal situação do heli mencionada atras)??

Na minha opinião, digo-te já de forma crua que se (e parece que não) não havia ninguem em defice fisico, nem havia ninguem magoado, o heli nunca devia ter sido acionado, deviam, isso sim, os responsaveis pela operação de ter feito deslocar a equipa de resgate logo no domingo e traze-los para baixo no domingo também.

Relativamente a fazer "filmes" sobre isto... bem so te posso dizer que se um dia eu ou alguem que estiver comigo na serra tiver um problema de saude grave e que necessite de assistência imediata, eu gostaria de saber que existe um plano de emergência programado e que não vou ter de esperar que as pessoas acabem o almoço familiar de domingo para me ir assistir.

Relativamente a isto:

"Duk e Rui espero, sinceramente que nunca precisem de ajuda..."
"quem anda a chuva molha-se"

Queres mesmo que te responda?

DuK disse...

E essa tua resposta so demonstra que não leste nada do que foi comentado aqui por mim e pelo Jorge Louro...

l.gonçalves disse...

O meu saudoso avô, homem da serra, diria, como disse muitas vezes, que deveriam ser "chicoteados quando chegassem cá" (o cá, para ele, era o Vilar da Veiga). Basta ver a composição do grupo para avaliar o desprezo que tiveram pela serra. Quem se coloca em situações de risco (e eu também abuso muitas vezes e em vários locais)tem que saber desenrascar-se, conseguindo, pela própria cabeça e pelo próprio pé. Os meios de resgate, são para situações extremas, não são para individuos com medo do escuro!
Saudações

Rui C. Barbosa disse...

Perante o que foi dito não haverá muito mais a dizer...

Rui C. Barbosa disse...

No entanto, e tendo em conta tudo aquilo que foi dito sobre o PNPG, é pertinente perguntar se realmente faz parte das competências no PNPG proceder ao resgate de pessoas nestas situações? Será que isso não é da competência da Protecção Civil que deverá coordenar os meios de socorro e resgate?

DuK disse...

Pois... é uma excelente pergunta.

Mas repara, houve incêndios no PNPG e qual foi a intervenção deles? Nenhuma!

Há recolha de lixo no PNPG (ou devia haver) e qual é a intervenção deles? Nenhuma!

Neva e as estradas do PNPG ficam intransitáveis e qual é a intervenção deles? Nenhuma!

Na realidade todo o serviço publico dentro do PNPG é efectuado pelas respectivas autoridades camarárias o que pressupõe que no caso de operações de salvamento também assim seja.

Acho que também não ha duvidas que o PNPG não tem nenhum plano de salvamento preparado e muito menos pessoas formadas para isso, por isso vão os bombeiros...

Achas que ha algum guarda do PN que tenha recebido formação de primeiros socorros?

Sei que há bombeiros na zona com formação de alta montanha, agora se a têm a nível pessoal, n sei responder.

Dando uma "volta" pelos PN´s deste mundo, acho q poucos haverão que não tem uma equipa permanente especializada neste tipo de situações. Poder-se-á entender que o PNPG não necessita de a ter a tempo inteiro, mas assim sendo, alguém tem de estar preparado para isso (guardas?).

Rui C. Barbosa disse...

Ok, vamos por partes...

"houve incêndios no PNPG e qual foi a intervenção deles? Nenhuma!" Isto não é bem verdade. Se me disseres que não terá havido prevenção, até concordo, agora dizer que o PNPG não interveio não é de todo verdade, até porque isso é um pouco vago.

"Há recolha de lixo no PNPG (ou devia haver) e qual é a intervenção deles? Nenhuma!" Há já muito tempo que isto deixou de ser uma competência do PNPG e passou para as autarquias, daí o facto de em muitos locais não haverem caixotes do lixo. Onde os há deveriam ser as camâras municipais a recolher, coisa que muitas vezes não acontece. Dou um exemplo: quando preparava a actividade de limpeza do PNPG em Setembro de 2009, uma das zonas de actuação dos voluntários deveria ser o parque de merendas de Lamas de Mouro. Não fizemos lá a limpeza porque o espaço está concessionado numa parte e noutra é da responsabilidade da Camâra Municipal de Melgaço de o manter limpo, coisa que não estava.

"Neva e as estradas do PNPG ficam intransitáveis e qual é a intervenção deles? Nenhuma!" Lá está, Protecção Civil. O PNPG não tem autoridade para fechar estradas nacionais. Quando as estradas são encerradas elas são-no pela GNR.

"Na realidade todo o serviço publico dentro do PNPG é efectuado pelas respectivas autoridades camarárias o que pressupõe que no caso de operações de salvamento também assim seja." Uma coisa não implica necessariamente a outra, principalmente se houver um organigrama em qualquer lado (e quase de certeza que o há) que assim o defina.

"Acho que também não ha duvidas que o PNPG não tem nenhum plano de salvamento preparado e muito menos pessoas formadas para isso..." Talvez, talvez não o tenha, mas pronto isso será competência da Protecção Civil e se assim fôr o PNPG não tem de o ter pois está incluído na estratégia delineada.

"Achas que ha algum guarda do PN que tenha recebido formação de primeiros socorros?" Existem Guardas da Natureza, não existem Guardas do PN. No seu curso os Guardas da Natureza têm formação em primeiros socorros.

"Dando uma "volta" pelos PN´s deste mundo, acho q poucos haverão que não tem uma equipa permanente especializada neste tipo de situações. Poder-se-á entender que o PNPG não necessita de a ter a tempo inteiro, mas assim sendo, alguém tem de estar preparado para isso (guardas?)." Sim, talvez... ou Protecção Civil?

DuK disse...

Lool

Bota comentario nisso... um chegava :D

"houve incêndios no PNPG e qual foi a intervenção deles? Nenhuma!" Isto não é bem verdade. Se me disseres que não terá havido prevenção, até concordo, agora dizer que o PNPG não interveio não é de todo verdade, até porque isso é um pouco vago.

Tens razão, foi uma consideração pouco precisa e injusta, até porque acabei de saber que um dos responsáveis pelo descontrolo do incendio da Calcedonia, foi um tal de engenheiro, que mandou retirar os bombeiros com a justificação que aquelas frentes não eram perigosas e que deveriam ser dispensados para Vilarinho. Um dia depois andavam os bombeiros a pedir voluntários que a vila do Gerês estava quase cercada.

Mas depois vou-me expandir sobre as responsabilidades de determinados indivíduos que não tem vindo para a praça publica e que ninguém lhas pede porque sabem que este é um dos "boys" do Estado.

Rui C. Barbosa disse...

Ora, mais nada...

DuK disse...

É ou não verdade que o Sr. Engenheiro do PNPG recusou ajuda no incêndio da Calcedonia, justificando que "as 2 brigadas do parque davam conta do recado" devendo os bombeiros serem direccionados para o incêndio de Vilarinho? Sendo que depois deu no que deu principalmente pelas frentes "controláveis" pelo Sr. Engenheiro sendo uma delas e talvez a que depois resultou no quase cerco da Vila do Geres, considerada pelo mesmo como não preocupante (S. Bento)?


É ou não verdade que até hoje, nenhuma responsabilidade ou justificação foi pedida ao Sr. Engenheiro?

O que é verdade, é de certeza o que os bombeiros ouviram da boca de muitos durante estes dias de combate... perguntem-lhes!

Peço desculpa por dispersar, mas proporcionou-se ;)

Rui C. Barbosa disse...

É pá! Tás desculpado!

Se é ou não verdade? Sabes tanto como eu! O que sabes vem de um forum e certamente dito por alguém no calor do combate... Daqui a afirmar com toda a certeza que foi isso que aconteceu na realidade, vai uma longa distância...

As frentes que resultarem no quase cerco das Caldas, são uma história muito diferente...

DuK disse...

Conta lá... :D

Rui C. Barbosa disse...

eh eh... não sei...

Alice Lobo disse...

Oh "sr." Pedro :) tem calma eu li, e continuo a ler sempre o q vocês escrevem mas quando terminei de ler o que o Rui escreveu ainda fiquei mais confusa :). as vezes quando se tenta explicar excessivamente, o objectivo principal torna-se obscuro.
Possivelmente o PNPG deveria estar ou esteve em contacto com os turistas, se os turistas tivessem dito que alguém do grupo estava em perigo de vida, teriam activado logo todos os meios, mas como isso não deve ter acontecido, as coisas funcionam assim, tal como aconteceu com os incêndios na mata de cabril, esta é a nossa cultura e os nosso dirigentes, infelizmente nem lhes "colocando uma corda ao pescoço" :) eles vão mudar é o " deixa andar" por isso mesmo digo-te para terem cuidado, esta época do ano não é aconselhável a caminhadas, muito menos para quem não têm uma noção global do Parque.


Ps. Para quem nao gosta de Touradas agora só faltava as setas ;) ...

Abraços

Rui C. Barbosa disse...

Hu??? Não percebi essa das setas!!!???

Alice Lobo disse...

Em relação a usarem o heli para transportar os turistas, acho que foi a melhor solução, sabendo da existência de uma criança no grupo, e que eles se encontrariam completamente esgotados fisicamente.
Em relação aos bombeiros possivelmente estando a 1300 +- de altitude com aquele frio e tempestade e não sabendo os km que estes já teriam percorrido não vejo aqui qualquer problema em o heli os resgatar, até porque não sabemos nem podemos confiar muito se realmente estiveram 5 ou 3 ou 2 horas há espera, não acredito muito na comunicação social até porque esta só Informa o que PNPG e Etc “quer deixar passar” e já tivemos bons exemplos na é poça dos incêndios...

DuK disse...

Alice, na minha opinião (ja manifestada) o Heli levantou 2x sem nenhum motivo. Essa da criança para mim nao vale, se é criança para umas coisas também é para outras e não me parece que haja grande esgotamento fisico, fizeram uma caminhada de Pitões até aos Carris e depois uma noite que apesar de mal dormida não é propriamente o fim do mundo.

E com isto, lá se foi mais €€€ mal gastos e logo onde eles fazem falta.

joca disse...

Rui e Duk,

Eu não conheço muito bem a organização da protecção civil, ainda que saiba que todas os municípios tenham que ter um gabinete. Não sei é qual o grau de competências a autaridade nacional delega nesses gabinetes e quais guarda para si.

Só que conhecendo o histórico de conflitos entre o PNPG e as autarquias em diversas situações (em muitas com inteira razão), também não sei a protecção civil não será mais um desses casos. É que as competências das autarquias na área do PNPG são limitadas. Um exemplo são os PDM's. Basta consultar a acta da reunião do processo de revisão do POPNPG com a CM dos A. de Valdevez para verificar que foi uma das razões para se oporem ao projecto de revisão. O argumento da CMAV era que o PDM teria sido revisto com parecer favirável do ICNB pelo que não aceitavam que o POPNPG não respaitasse o PDM.

O facto é que não interessa de quem é a responsabilidade, se das CM, se da ANPC, se do PNPG, se dos Bombeiros, o que interessa é que devia haver um plano. Até porque como o Duk diz não é só para turistas.

Tenho é a certeza de uma coisa o ICNB é muito formalista nas suas competências administrativas e não abre mão de nenhuma competência. Recordo de ter lido que quando do incêndio da Travanca (não o deste ano) o ICNB/PNPG não autorizou que os bombeiros cortassem uma árvore para dar acesso às viaturas dos bombeiros e que depois, quando o fogo se tornou incontrolado já dava essa autorização. Por isso as questões de competência em protecção civil não serão assim tão simples.

Rui C. Barbosa disse...

Esse plano deve existir, o problema é saber como está estruturado e se é eficiente ou não?

Dizes que "O facto é que não interessa de quem é a responsabilidade, se das CM, se da ANPC, se do PNPG, se dos Bombeiros, o que interessa é que devia haver um plano." não concordo totalmente com isto, pois tem de haver uma responsabilidade objectiva em toda esta questão porque depois quando as coisas correm mal nunca existem responsáveis.

joca disse...

Seré que existe? Tenho sérias dúvidas. Pode é haver compet~encias estabelecidas que é uma coisas diferente.

Quando digo que não me interessa de quem são as competências pretendo dizer o mesmo que tu. Só que o facto delas estarem estabelecidas não chega para que exista um plano. Um plano que seja mais do que umas folhas de papel e no qual cada uma das entidades saiba o que fazer. Não chega que esteja estabelecido que para socorrer na montanha na área tal são chamados os bombeiros da zona. No mínimo é necessário que todos os procedimentos estejam estabelecidos. As vias de evacuação, os meios envolvidos, etc deveriam fazer parte desse plano e aparentemente fica tudo ao critério das reclamações:

"Os homens foram deixados a 1300 metros de altitude, molhados e com frio e só regressaram ao quartel, já passava das 15h00, porque eu exigi que os fossem buscar", disse ao CM, indignado, José Dias, comandante dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro."

DuK disse...

Eu também não sei de quem é a responsabilidade de criar, organizar e executar um eventual resgate, mas parece que é das autarquias via os respectivos gabinetes da protecção Civil.

Se eu fôr à praia (e não pago), tenho um nadador salvador pago pelo concessionario para vigiar as aguas e prestar o socorro necessario, o mesmo acontece em piscinas municipais ou não, é de lei. Por que é que isso não pode acontecer no PNPG já que são eles o "concessionario"?
E já agora, que legitimidade tem um PN de cobrar por actividades (continuo convicto que a visitação não se enquadra) quando não tem meios nem vontade para ter um serviço de apoio a quem cobram o dinheiro? Então o PNPG cobra tudo e mais alguma coisa e depois as autarquias / Protecção Civil é que têm essa responsabilidade?

Chamo a atenção que estamos a falar de 3 autarquias, Viana, Braga e Vila Real o que implica que dentro do PN estamos sujeitos a 3 planos de salvamento e a 3 "qualidades" de planos de salvamento... e terão os 3 os mesmos meios? E a mesma formação? E isto não é desperdiçar dinheiro? quando se pode ter um grupo de salvamento de x numero de homens, acba-se por ter 3 grupos. É estranho, mas o que não é estranho nesta grande confusão que é a gestão do unico PN em Portugal e se calhar o mais problematico e mal gerido de todas as AP´s?

Preto disse...

Não querendo argumentar se está certo ou errado, se são competências bem ou mal atribuídas, parece-me óbvio que a partir do momento em que surge um pedido de socorro para o 112, o salvamento é levado a cabo e coordenado pelo CDOS da área em questão. Não estou a imaginar o operador da linha de emergência a perguntar a quem liga se está dentro ou fora da área do PNPG...
Provavelmente, como o grupo disse ter saído de Tourém, foi accionado o CDOS de Vila Real, presumivelmente (mal), as forças mais próximas do local de socorro.

Num plano de emergência 'a sério', membros do PNPG com responsabilidades e conhecimentos reais do terreno deveriam estar contactáveis 24h/dia para planear as operações de socorro em conjunto
com a Protecção Civil. Parece-me ser a forma de actuar mais lógica mas tenho a certeza que não funciona assim.

Cumprimentos

joca disse...

Curioso com esta questão das competências fui procurar alguma informação. Numa leitura muita na diagonal, e não tenho tempo para outra, parece-me que a competência para a elaboração dos planos de emergência será da comissão municipal de protecção civil das autarquias. Que remeter para aprovação pasa a autoridade nacional

Plano municipal de emergência
1 — O plano municipal de emergência é elaborado com as directivas emanadas da Comissão Nacional de Protecção Civil, nomeadamente:

a) A tipificação dos riscos;
b) As medidas de prevenção a adoptar;
c) A identificação dos meios e recursos mobilizáveis, em situação de acidente grave ou catástrofe;
d) A definição das responsabilidades que incubem aos
organismos, serviços e estruturas, públicas ou privadas, com competências no domínio da protecção civil municipal;
e) Os critérios de mobilização e mecanismos de coordenação dos meios e recursos, públicos ou privados utilizáveis;
f) A estrutura operacional que há -de garantir a unidade de direcção e o controlo permanente da situação.
2 — Os planos de emergência estão sujeitos a uma actualização periódica e devem ser objecto de exercícios frequentes com vista a testar a sua operacionalidade.
3 — Os agentes de protecção civil colaboram na elaboração e na execução dos planos de emergência.
4 — O plano municipal de emergência inclui obrigatoriamente
uma carta de risco e um plano prévio de inter venção de cada tipo de risco existente no município, decorrendo a escala da carta de risco e o detalhe do
plano prévio de intervenção da natureza do fenómeno e devendo ser adequados às suas frequência e magnitude, bem como à gravidade e extensão dos seus efeitos
previsíveis.
5 — Para além de um plano municipal de emergência geral, podem ser elaborados planos especiais, sobre riscos especiais, destinados a servir finalidades específicas, tais como o plano municipal de defesa da floresta contra incêndios e planos de emergência dos estabelecimentos
de ensino.
6 — No caso das áreas de risco homogéneas prolongadas pelo território de mais de um município contíguos, podem ser elaborados planos especiais supramunicipais.
7 — Nos municípios em que tal se justifique, podem ser elaborados planos especiais sobre riscos específicos, designadamente relativos a inundações, incêndios de diferente natureza, acidentes biológicos ou químicos, movimentações em massa ou a sismos.

Parece-me claro que nos municipios do PNPG deveria haver um plano supramunicipal. Apesar desta legislação ser recente (Nov 2008) acreditemos que muito do que está em preparação ou já implementado.

Como esta legislação se coordena com o POPNPG é que não sei. Há aqui um potencial de conflito que tarde ou cedo acabará dar confusão. Imaginem uns a querer construir pontos de água e a abrir acessos e outros a dizer nem pensar. Recordam-se da polémica da intervenção da CMTB na Geira (Albergaria)?

Rui C. Barbosa disse...

Posso confirmar que o PNPG não possuí qualquer plano de energência ou resgate e que estes são da responsabilidade dos gabinetes de protecção civil das autarquias.

Preto disse...

Pois, acho que estamos a confundir algumas coisas. Os planos de emergência distritais e municipais só são activados em casos de catástrofe, como sejam incêndios, inundações, derrames químicos ou biológicos, etc. etc.

No caso que estamos a discutir (8 pessoas perdidas na serra) os PE não são considerados nem activados. É uma operação de socorro como se alguém estivesse desaparecido no mar ou no caso de um acidente de viação e são os CDOS que coordenam e intervêm.

E é esta coordenação que falha, porque salvar alguém da montanha não é bem o mesmo que consultar um mapa de portugal e enviar ambulâncias e polícia...

EC/DC Portugal disse...

Oh!!!
O que se diz e o que se escreve :)

Somos um País de Aventureiros, só assim descobrimos meio mundo, que por sinal já estava descoberto!
Sou obrigado a concordar com a Alice!
Todos os que andam na Montanha mais preparados ou menos preparados devem prever que lhes pode acontecer alguma coisa, basta um pé torcido!
Nesse dia eles serão a noticia, pode ser qualquer um de nós!
Por essa Europa fora fazem-se dezenas senão centenas de resgate de Heli e poucos são noticia, já é um hábito!
Em Portugal basta um e já é assunto para vários dias?
O medo do que aconteceu é porque os fiscais podem ir para lá?
Por mim ao estarem PESSOAS em risco é mais do que suficiente para accionar todos os meios possíveis e imaginários.
Não condeno nem defendo e não argumento.Não sou dono da razão! Nem quero comentar a desgraça alheia! Faço ideia da aflição e ainda por cima com uma criança!
Parece que a nata da Montanha Portuguesa se juntou aqui para atirar pedras e não só...
Muito do que está para acontecer é fruto dos Blogs que mostram as maravilhas das Serras Portuguesas, neste caso o Gerês! Também acham que por o Sr. Comandante dos Bombeiros falar vão acabar com os Blogs?
Em vez de se debater o acontecido, podemos fazer acontecer: Uma nova manif contra as taxas! É uma boa altura!!!
P.S. Tenho o maior respeito pelos Bombeiros Portugueses e quem serve nas suas corporações!
Abraço

Rui C. Barbosa disse...

Não estamos aqui a comentar a desgraça alheia e muito menos temos medo que a fiscalização ande por lá, até porque dúvido que nesta altura o PNPG tenha capacidade para isso. Agora, não sei porque não se deve comentar e tentar perceber o que se passou porque até aqui ninguém percebeu ao certo o que se passou. É só isso.

Em Portugal noticiam-se os resgates de montanha porque eles não são comuns. Na Europa não se noticia porque se calhar acontece todos os dias, mas mesmo assim até um pequeno acidente nos Picos da Europa são notícia, por isso a comparação não fará muito sentido.

Os comentários que foram feitos ao «Sr. Comandante dos Bombeiros» surgiram por causa das asneiras que o «Sr. Comandante dos Bombeiros» disse, e disse algumas. Por outro lado, o «Sr. Comandante dos Bombeiros» podia explicar porque é que a Protecção Civil recebe o pedido de restage to Sábado e este só acontece na Segunda-feira de manhã. Nem o «Sr. Comandante dos Bombeiros» explicou isso, nem a Protecção Civil explicou isso e certamente que isso deveria ser explicado!

Ninguém faltou ao respeito nem respeita os Bombeiros Portugueses, nem antes pelo contrário. Agora, talvez não tenha tanta consideração por quem rege a Protecção Civil e por saber o tipo de gente que por lá anda é que as coisas podem estar assim tão mal. Quando se ouve um representante da Protecção Civil falar da forma como falou um a propósito das cheias em Sacavém, só se pode ficar preocupado com a actuação desta gente. Logo, o problema não é dos bombeiros que andam no terreno, o problema será com quem os comanda pois eses têm as fardas sempre muito limpas e muita língua para falar.

"Em vez de se debater o acontecido, podemos fazer acontecer: Uma nova manif contra as taxas! É uma boa altura!!!" Taxas? Já fiz alguns pedidos ao ICNB e sei de quem já tenha feito e nada pagou. Por outro lado, talvez comece a lutar só pelos meus interesses dado que os representantes da nata da Montanha Portuguesa nada fez nestes últimos meses para evitar que as taxas pudessem vir por aí. Eu vi ideias de manifs em Lisboa, vi ideias de muita contestação mas no fim nada se viu. Essas federações, associações e clubes de montanha que por aí andam a degladiarem-se umas ás outras que se mexam, pois é do interesse delas que isso vá para a frente.

DuK disse...

"Em vez de se debater o acontecido, podemos fazer acontecer: Uma nova manif contra as taxas! É uma boa altura!!!"

Que o façam os clubes e associacões e Federações, etc... em vez de andarem a fazer actividades escondidos e usarem o lema "olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço" e em vez de andarem a boleia dos protestos de quem até tem pouco a ganhar com isso.

A questão aqui é? Neste tipo de situação se ouvesse uma pessoa em perigo de vida, que valia um resgate 24h após o alerta? E isso deveria ser a grande preocupação de quem percorre montanhas portuguesas. E também deveria ser uma preocupação, a maneira como a comunicação social aborda o assunto, de uma forma pouco precisa e dando a entender que quem percorre o Gerês é irresponsavel e so faz o Governo gastar dinheiro.

E segundo me quer parecer, aqui não há comentarios de ninguem da "nata da Montanha Portuguesa", bem pelo contrario!

"Muito do que está para acontecer é fruto dos Blogs que mostram as maravilhas das Serras Portuguesas, neste caso o Gerês!" - Esta observação, é no minimo estranha...