quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fecha de Barjas versus Cascata do Tahiti


A toponímia geresiana é um manancial rico em nomes e designações que nos ajudam a compreender a vida do homem serrano desde os tempos imemoriais. Gravado na memória dos mais velhos e com poucos trabalhos de preservação desta toponímia, corre-se o risco de se perder um tesouro valioso que torna a Serra do Gerês (e as outras serras do Parque Nacional) como um poço sem fim para a descoberta.

Há já muito tempo que as cartas militares deixaram de ser uma referência para a memória e registo destas designações. Se em 1949 ainda se fizeram trabalhos de campo nos quais os contactos com as gentes locais tiveram um papel interessante na elaboração das cartas militares, os trabalhos mais recentes (nomeadamente as cartas de 1995) mostram um grande descuido no registo e localização de algumas características geográficas.

Por outro lado, a atribuição de designações que não correspondem à realidade, vão com o tempo adquirindo uma sobreposição sobre as verdadeiras designações de algumas zonas do Gerês. talvez a mais «famosa» de todas seja a designação 'Cascatas do Tahiti' para designar a Fecha de Barjas. Não são poucos aqueles que surgem nos postos de informação turística (quer da Câmara Municipal de Terras de Bouro quer do Parque Nacional da Peneda-Gerês) a solicitar informações sobre a sua localização. No entanto, o problema parece estar no facto de as fontes de informação turística poderem estar a perpetuar a utilização desta designação errada e o mesmo parece acontecer com alguns naturais da região que utilizam esta mesma designação, esquecendo-se assim do verdadeiro nome daquela zona. Ainda recentemente, um artigo publicado no Jornal de Notícias referia a ocorrência de um acidente nas cascatas do Tahiti, não referindo uma única vez o verdadeiro nome Fecha de Barjas.

Não existe qualquer designação 'Cascatas do Tahiti' e a toponímia geresiana é demasiado rica para que se venha a perder devido à imposição de nomes que em nada estão ligados à vida serrana e que com o passar do tempo impliquem a perda de um património valiosíssimo para a caracterização daquelas paragens.

Fotografia: © http://mountain4ever.blogspot.pt/ retirada de http://mountain4ever.blogspot.pt/2012/07/ermida-cascata-fecha-de-barjas.html

2 comentários:

Anónimo disse...

"Cascata do Tahiti", da "Dulce Ponte", dos "Incas"?!...
E se fossem designar a puta que os pariu?! A casca é do Gerês e não de qualquer outro lugar do mar, do mundo, de preferência dum qualquer artista, ou campeão de bisca lambida. O nome Gerês é muito maior que qualquer outro e valerá, sempre, muito mais!
João Luís Dias

João disse...

"Cascata do Tahiti", da "Dulce Ponte", dos "Incas"?!... E se fossem designar a puta que os pariu?! A casca é do Gerês e não de qualquer outro lugar do mar, do mundo, de preferência dum qualquer artista, ou campeão de bisca lambida. O nome Gerês é muito maior que qualquer outro e valerá, sempre, muito mais!