sábado, 17 de setembro de 2016

"Incêndios: Para Quando uma Solução?" - Sessão Pública organizada pelo Movimento Alternativa Socialista


Nas últimas décadas, a floresta portuguesa tem vindo a ser violentamente fustigada por uma praga cujo único objectivo é fazer enriquecer vários sectores que encontraram na tragédia dos incêndios florestais um nicho de negócio altamente apetecível e lucrativo.

Todos os anos, desde há já muitos anos, assistimos à mesma miséria e desgraça que afecta não só os nossos espaços naturais, mas também as pessoas que neles vivem. Todos os anos assistimos à mesma juras e demonstrações de boas intenções e boas vontades de que "no ano que vem é que vai ser!" Infelizmente, nunca é e o preço é pago em vias humanas e na destruição da natureza.

Segundo Carlos Fragoeiro no texto da sua petição pública sobre a revogação da liberalização do eucalipto Desde a década de 1980 que as áreas ardidas em Portugal são superiores à média Europeia, tornando-se no país líder na Europa em número de incêndios, com cerca de 700.000 mil, e de área de território ardido, com mais do equivalente a 40% de todo o território nacional (seguido pela Grécia, Itália e Espanha, todos com cerca de 12%)

O governo anterior favoreceu a eucaliptização do país ao abrigo do Decreto-Lei n.º 96/2013, de 15 de Julho, que implementou o novo regime de arborização que liberaliza a plantação em monocultura de eucalipto, deixando de ser necessário pedido de autorização prévia às autoridades florestais até 2 hectares, e que tornou mais complexo e burocrático a florestações com espécies autóctones, como por exemplo sobreiro, carvalho, castanheiro, pinheiro bravo e manso e outras tantas

Portugal é o país do mundo com maior área de território ocupada por eucalipto (cerca de 10% de todo o seu território), a que correspondem quase 30% de área florestal sendo este valor inclusivamente superior ao da Austrália, país de sua origem. Isto cria uma alta susceptibilidade para a ignição de incêndios de fulminante propagação e enorme intensidade, sendo que os bombeiros australianos sugestivamente alcunham a espécie por cá predominante (eucalyptus globulus), de “gasoline tree” (árvore da gasolina), tal o seu nível de combustão.

Até meados dos anos 90, e antes de se transformar o combate aos incêndios num negócio, era a Força Aérea que operava os meios aéreos em Portugal. O nosso país está entregue à especulação do combate aos fogos florestais com as empresas a serem pagas a peso de ouro por casa hora de combate e muitas vezes utilizando pilotos da Força Aérea nesse mesmo combate.

São todas estas questões e muitas outras, que o Movimento Alternativa Socialista pretende debater no dia 23 de Setembro, Sexta-feira, numa sessão pública que terá lugar na Junta de Freguesia de S. Victor, Braga.

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