domingo, 11 de março de 2018

Etéreo


Um dia caminhei de mãos dadas contigo
O mundo era frio e chuvoso
O céu pintava-se de tons de cinza
A noite tinha as estrelas escondidas pelo sopro do vento frio que vinha das montanhas
Um véu negro escondia os dias passados
Os dias do futuro jamais existiam
A tua mão com os dedos finos, era um mármore gélido
Toquei o teu rosto e duas lágrimas cristalizaram nas minhas mãos cansadas
O teu rosto era triste e a saudade marcava o teu olhar
Disse o teu nome
Não respondeste
Por fim percebi a minha morte espelhada na tua tristeza
O meu ser etéreo
Uma capa que esvoaça
Um choro que ecoa nos dias sem fim
Foste... minha.

Fotografia: © Rui C. Barbosa (todos os direitos reservados)

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